Por que utilizar aditivos adsorventes de micotoxinas?
Fonte: Embrapa – Podridões do Colmo e das Raízes – Portal Embrapa
Considerando a imagem acima, quais desses grãos de milho você escolheria para compor a dieta dos seus animais de produção?
E se nós te contássemos que a aparência dos grãos da primeira imagem também não isenta os riscos de presença de micotoxinas?! Isso porque as micotoxinas, não são macroscópicas, ou seja, elas não são visíveis a olho nu. Portanto, a única forma de ter certeza sobre a presença ou não de micotoxinas é através da análise de micotoxinas. Quer saber mais sobre essas análises? Clique aqui.
Mas afinal o que são as micotoxinas e quais riscos elas podem oferecer?
Micotoxinas são moléculas de baixo peso molecular decorrente do metabolismo secundário de algumas espécies de fungos filamentosos (DAMINSKI, 2014), que na imagem são representados pelo aspecto mais escuro dos grãos classificada como A. As micotoxicoses por sua vez, são denominadas as doenças causadas pela ingestão de alimentos contaminados por micotoxinas (DILKIN, 2002).
As micotoxinas além de afetar diretamente os animais, por meio de órgãos responsáveis pela digestão e absorção de nutrientes, também pode afetar os animais de forma indireta, já que ela também atua sobre o sistema imune, resultando em animais menos resistentes a infecções. Todos esses aspectos prejudicam o desempenho dos animais, refletindo na redução da produção (BUNZEN e HAESE, 2006). Vale destacar que, além dos prejuízos a produção animal, as micotoxinas também oferecem riscos à saúde humana, visto que animais alimentados com ração contaminada, podem produzir resíduos em seus produtos de origem animal como leite, carne e ovos (YIANNIKOURIS et al., 2002).
Os efeitos tóxicos vão variar de acordo com o tipo de micotoxina, a dose ingerida, e a variação individual de cada animal. E os sinais clínicos podem ser carcinogênese, baixo consumo, baixo desempenho zootécnico, problemas reprodutivos, comprometimento do sistema imune e até a morte (SANTURIO, 2000).
Avalia-se que, dos alimentos disponíveis no mundo, uma média de 25 % pode ser afetada pelo crescimento de fungos que produzem micotoxinas e causam micotoxicoses em humanos e animais. (GONÇALVES, 2017). Os fungos precisam de uma temperatura e umidade específica para se multiplicar, enquanto as micotoxinas normalmente são produzidas em reposta ao estresse sofrido pelo fungo, num mecanismo de adaptação, como por exemplo alteração de temperatura, umidade, aeração, presença de agentes agressivos e falta de substrato. Dessa forma, no Brasil temos que estar sempre em alerta, já que o clima é favorável para o crescimento de fungos e produção de micotoxinas (SANTIN, 2005).
Além disso, infelizmente ter um controle para impedir a presença de fungos já no cultivo dos grãos é muito difícil, por conta da susceptibilidade a fatores climáticos como oscilações de temperatura e umidade, dessa forma, os fungos podem produzir micotoxinas ainda no campo, como é o caso das micotoxinas zearalenona, fumonisinas e tricotecenos (SOARES, ABRUNHOSA, VENÂNCIO, 2013).
Já se tratando da matéria prima armazenada, temos outro desafio, com a produção de micotoxinas que se originam em decorrência de um armazenamento de baixa qualidade, como é o caso das micotoxinas aflatoxinas e ocratoxinas (SOARES, ABRUNHOSA, VENÂNCIO, 2013).
Atualmente existem produtos antifúngicos usados para controlar ou acabar com os fungos, no entanto esses produtos não são efetivos para inibir a produção de micotoxinas. Sendo assim, para impedir a intoxicação dos animais de produção, é preciso evitar a absorção dessa micotoxina pelo animal por meio dos adsorventes (MAIA et. al., 2021).
Os adsorventes são substâncias adicionadas à alimentação dos animais com o intuito de impossibilitar que as micotoxinas sejam absorvidas. Para ser considerado eficiente, um adsorvente deve apresentar algumas características: a capacidade de ligação com a micotoxina para impedir que ela seja absorvida durante todo o trato gastrointestinal, até ser excreta nas fezes, sem produzir resíduos tóxicos ou carcinogênicos nos produtos finais. Adicionalmente, deve preservar o valor nutricional e a aceitabilidade da ração (MAIA et. al., 2021).
Para que um adsorvente seja eficaz, é preciso que ele se ligue a micotoxina e a carreie até o final do trato gastrointestinal, quando será excretado, sem que essa ligação seja desfeita em nenhum momento. O maior desafio dessa carreação, é que o pH muda nas diversas porções do trato gastrointestinal, o tamanho e a polaridade das micotoxinas (AMORIM, et. al., 2011).
A estrutura molecular da micotoxina também pode variar, por isso é preciso de tecnologia dentro do produto capaz de micotoxinas mais simples como aflatoxinas, até mais complexas como zearalenona (ARELLANO & ROSAS, 2008).
Existem várias opções de adsorventes disponíveis no mercado, cada produto com sua composição e mecanismo de ação. No próximo post aqui no blog falaremos mais sobre como escolher um adsorvente.
A Cargill | Aditivos possui uma linha de adsorventes em parceria com a Ragro. A linha Notox foi pensada para atender aves, suínos, ruminantes, pet e aqua, e possui vários produtos com tecnologia e foco em diversas estruturas moleculares de micotoxinas, assim atendendo a necessidade individual de cada produção.
Os adsorventes Notox também foram pensados para manter uma ligação com a micotoxinas durante todo o trato gastrointestinal por mais que exista a variação de pH, de modo que essa ligação não seja desfeita e a micotoxina esteja aderida até o momento da excreção.
Entendendo a complexidade e o desafio enfrentados no campo com micotoxicoses, uma vez que os sinais clínicos são compatíveis com outras problemáticas, a Cargill | Aditivos acredita que a melhor forma de minimizar o problema é além do uso do produto também a gestão de risco de micotoxinas. Por isso é preciso saber qual a qualidade da matéria prima e a quantidade de micotoxinas presentes, como estratégia de solução completa a Cargil disponibiliza análises e gestão de micotoxinas para seus clientes.
A linha Notox também foi desenvolvida para ser sustentável, de fácil aplicação e tecnológica. Sustentável pois o alumínio silicato e as matérias primas que compõe NOTOX tem baixo teor de contaminantes, como dioxinas, furanos e PCBs, porque o mineral utilizado é de fonte vulcânica e sabemos que estes contaminantes, podem ser até mais prejudiciais do que a própria micotoxina. De fácil aplicação porque os produtos Notox tem baixo peso molecular, favorecendo a misturar na ração. E tecnológica porque adsorve micotoxinas mais simples e mais complexas sem absorver vitaminas e minerais.
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Autoras: Giulia Maria Palasio Mori, Maria Luiza Ruiz e Thays Cristina Oliveira De Quadros
REFERÊNCIAS
DAMINSKI, A. P. Principais micotoxinas e adsorventes na nutrição animal. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Zootecnia). Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2014.
DILKIN, P. Micotoxicose suína: aspectos preventivos, clínicos e patológicos. Biológico, v. 64, n. 2, p. 187-191, 2002.
BUNZEN, S. e HAESE, D. CONTROLE DE MICOTOXINAS NA ALIMENTAÇÃO DE AVES E SUÍNOS. Revista Eletrônica Nutritime, v.3, n° 1, p.299-304, janeiro/fevereiro 2006.
YIANNIKOURIS, A.; JOUANY, J.-P. Mycotoxins in feeds and their fate in animals: a review. Animal Research, v.51, p.81–99, 2002.
SOUTO, P. C. M. C. et al. Principais micotoxicoses em suínos. Veterinária e Zootecnia, v. 24, n. 3, p. 480-494, 2017.
SHEPHARD, G.S. Impact of mycotoxins on human health in developing countries. Food Additives & Contaminants, v.25, n.2, p.46–151, 2008.
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MOREIRA, A.C; FERREIRA, S.V.; CARDOSO, R.E.; SILVA, H.M.F.; RIBEIRO, F.M. Micotoxinas em alimentos para não ruminantes e o uso de adsorventes. Nutritime Revista Eletrônica, v.15, n.2, p.8122-8131, 2018.
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SANTIN, E. Mould growth and mycotoxin production. The Mycotoxin Blue Book. Nottingham: Nottingham University Press, 225-234, 2005.
SOARES, C.; ABRUNHOSA, L.; VENÂNCIO, A. Fungos produtores de micotoxinas. https://hdl.handle.net/1822/27316, 2013.
AMORIM, L., Rezende, J. A. M. & Bergamin Filho, A. 2011. Manual de fitopatologia: princípios e conceitos. Agronômica Ceres, São Paulo.
ARELLANO, J. L. & ROSAS, I. G. 2008. Uso de Organoaluminosilicato para reducir El efecto tóxico de mezcla de Aflatoxinas y Zearalenona em la Producción de Huevo. In. Scussel, V.M., da Rocha, M.U.U., Lorini, I., Rosa, C.A. da R, Carvajal, M.M., Sabino, M. (1 ed.). Atualidades em Micotoxinas e Armazenagem Qualitativa de Grãos II. ABMAG, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil.