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Estratégias nutricionais para otimizar a eficiência reprodutiva de fêmeas

Estratégias nutricionais para otimizar a eficiência reprodutiva de fêmeas

A alta de preços dos animais em reposição atingiram patamares históricos, onde no primeiro trimestre de 2021 alcançou R$ 2.979,22, representando o maior valor por trimestre quando comparado a série ao longo de 20 anos do indicador do bezerro do Cepea Esalq/BM&Bovespa. Os preços elevados desencadearam no aumento da retenção de fêmeas, reduzindo o índice de abate de fêmeas à 36% do abate total. Normalmente o período de maior abate de fêmeas ocorre no primeiro trimestre, pois é nesta época que acontece o descarte de fêmeas que não emprenharam na última estação de monta.

Foto: Neoagro Consultoria
Figura 1: Preço de bezerro (R$ – indicador Cepea) e abate de fêmeas (%) por trimestre.

Análises dos dados divulgados pelo IBGE da última década permitem identificar que cerca de 25,9% do número de abates anuais ocorrem no primeiro trimestre e no ano de 2021 houve uma redução de 10,6% do número de animais abatidos quando comparado ao mesmo período em 2020. A participação de fêmeas no número total de abates obteve uma redução de 23% em comparação ao mesmo período do ano anterior, sendo este, a menor participação de fêmeas em abates desde 2003.

Figura 2: Abate de fêmeas (novilhas e vacas) referente ao primeiro semestre de 2003 à 2021.

Com este comportamento do ciclo pecuário, em que fêmeas estão sendo retidas com foco no aumento da produção de bezerros, é muito importante a adoção de cuidados para que seja possível alcançar a máxima eficiência reprodutiva.

O impacto na nutrição nos índices reprodutivos

O escore de condição corporal (ECC) é uma variável estimada por meio de uma avaliação visual e tátil que objetiva aferir o status nutricional dos animais em questão, pois permite analisar as reservas energéticas. Esta análise é uma ferramenta muito utilizada na recomendação de práticas para o manejo nutricional do rebanho, a depender de sua finalidade.

No caso de fêmeas que serão expostas a manejos reprodutivos, o ECC exerce muita influência nos resultados reprodutivos, além de ser utilizado como uma referência na hora de elaborar estratégias nutricionais. A avaliação é feita de forma subjetiva e visual na maioria das vezes, e tem como objetivo atribuir notas à cada animal dependendo do teor de massa de gordura e cobertura muscular que este indivíduo apresenta, como ilustra a foto abaixo.

 

Um estudo apresentado pelo GERAR em 2012 consolidou a melhoria das taxas de prenhez em função da melhoria do escore corporal de vacas multíparas e principalmente de primíparas. Uma melhoria em 0,5 ponto na classificação do ECC acrescentou 3,5 pontos percentuais na prenhez de multíparas e 4,2 p.p. na prenhez de primíparas.

Sabendo que o escore de condição corporal é fundamental para obter bons índices reprodutivos, como é possível utilizar da nutrição para manipulação deste requisito? A nutrição é o fator chave para a construção do escore corporal, que é obtido através de ganho de peso. E por onde começar?

Primeiro é importante realizar uma avaliação do ECC durante a estação de parição, pois a condição corporal desta fêmea no momento do parto diz muito sobre o tamanho do desafio que ela terá em ganho de peso para estar em condições aptas (reservas de energia adequadas traduzidas pela leitura do ECC) para emprenhar em 60 dias (se o objetivo for obter um bezerro ao ano).

Após mensurar o desafio de ganho de peso, é hora de criar uma estratégia nutricional que imprima o ganho necessário. Porém existem variáveis que influenciam para a conclusão do objetivo de ganho, como: raça, genética, idade, histórico nutricional, condições de pastagem, período do ano, sendo este último muito importante, haja vista que normalmente a estação de parição ocorre durante a seca. Todas estas variáveis precisam ser consideradas antes da tomada de decisão.

É importante fazer uso de tecnologias específicas para cria, com macro e micro minerais, vitaminas e aditivos desenhados para promover melhor performance com foco em reprodução.

Portanto é muito clara a importância do bom manejo nutricional para a melhoria da eficiência reprodutiva. Para exemplo, abaixo segue um quadro comparativo mostrando o efeito da melhoria de 3 pontos percentuais na taxa de prenhez (decorrente do aumento de 0,5 pontos de ECC, GERAR 2012), sob mesma realidade e mesmas taxas de perdas da fazenda de exemplo.

A cria é extremamente rentável quando bem conduzida e a nutrição é a peça-chave para desenhar estratégias de sucesso para esta atividade.

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