Como os sistemas imunológicos inato e adaptativo operam juntos | Parte I
Por meio de pesquisa foi demonstrado que as intervenções nutricionais podem influenciar o sistema imunológico em animais de produção. Para interpretar os resultados obtidos e projetar experimentos mais robustos, os cientistas tiveram que desenvolver uma compreensão mais profunda da função imunológica.
No entanto, qualquer pessoa que estude o sistema imunológico pode concordar que uma compreensão completa de sua profundidade e diversidade seria tão improvável quanto controlar as marés.
Com a ajuda de muitos cientistas experientes, fomos capazes de navegar em águas mais profundas, mas não tão longe que não possamos ver terra. Vários de nossos amigos e colegas sugeriram que uma visão geral da imunologia aviária em termos leigos poderia ser útil. Então, pensando nesse desafio, confira este resumo que faz referência a um dos sistemas mais perceptivos e protetores imagináveis.
OS FUNDAMENTOS DA IMUNIDADE
A imunidade é entendida como “proteção contra a doença” e é “mediada por um conjunto de moléculas, células e tecidos coletivamente chamados de sistema imunológico”. A imunidade em todos os vertebrados, sejam eles aves ou mamíferos, pode ser dividida em duas categorias principais – imunidade inata e imunidade adaptativa. As respostas imunes inata e adaptativa são um sistema integrado onde uma infinidade de várias células e moléculas funcionam juntas para proteger o hospedeiro de uma variedade de patógenos.
IMUNIDADE INATA
A imunidade inata é considerada a primeira linha de defesa contra uma grande variedade de patógenos. As respostas da imunidade inata são inespecíficas, pois os mecanismos não distinguem entre invasores, além de não contar com características de “memória”. Em vez disso, a resposta inata é estimulada por estruturas que são comuns a muitos tipos de patógenos.
O sistema imune inato tem vários componentes que ajudam a fornecer essa resposta inicial de defesa. Estes incluem:
- Barreiras físicas e químicas
- Proteínas do sangue
- Vários componentes celulares.
As barreiras físicas e químicas incluem a pele, o epitélio da mucosa e as secreções do trato gástrico e respiratório as quais são projetadas para auxiliar contra a infecção. Um conjunto específico de proteínas do sangue denominado “complemento” trata-se de proteínas séricas que operam em conjunto com os anticorpos para apoiar a destruição de certas células-alvo.
Vários componentes celulares do sistema imune inato incluem:
- Células natural killer (NK)
- Macrófagos ▪ Heterófilos
- Trombócitos
- Eosinófilos
- Basófilos.
Muitas dessas células protetoras têm papel fagocítico, ingerindo e eliminando microrganismos nocivos que são o alvo da resposta imune inata. A patogenicidade de um microrganismo refere-se à capacidade do organismo de resistir aos mecanismos e componentes do sistema imune inato.
Quando essa resposta inespecífica é sobrecarregada, uma abordagem mais específica é necessária, levando ao recrutamento de imunidade adaptativa.
IMUNIDADE ADAPTATIVA
A imunidade adaptativa adota uma abordagem mais direcionada, pois reconhece características específicas na superfície de um patógeno, levando a uma cascata de eventos que culminam com a eliminação do patógeno e à criação de “memória”, permitindo a proteção contra exposição futura desse mesmo patógeno.
A imunidade adaptativa é considerada uma resposta específica, pois tem a capacidade de distinguir entre macromoléculas até mesmo intimamente relacionadas, devido a características específicas na superfície do patógeno. A imunidade adaptativa é mediada por linfócitos, que são pequenos glóbulos brancos capazes de reconhecer antígenos. Os linfócitos iniciam uma cascata de eventos que termina com a eliminação do antígeno. Os linfócitos podem ser agrupados em duas subpopulações denominadas (a) células B e (b) células T. Tanto em mamíferos quanto em aves, o timo é um órgão linfoide primário onde ocorre a maturação das células T. A Bursa de Fabricius é também um órgão linfoide primário, exclusivo das espécies aviárias, e é o local onde ocorre a maturação das células B.
Referências disponíveis mediante solicitação.
Autor: Adaptado de Diamond V Blog pela equipe da Cargill Aditivos.