A pecuária de corte e a sustentabilidade: conectando o presente com o futuro
O Brasil é o segundo maior produtor de carne bovina e o maior exportador mundial, com 25% da carne produzida sendo exportada e o restante comercializada no mercado interno. Em 2021, produzimos aproximadamente 9,7 milhões de toneladas de carne bovina, sendo que a maior parte da carne produzida é oriunda de animais a pasto, representando aproximadamente 85% dos animais abatidos.
Apesar de ser alvo de críticas quanto a sustentabilidade dessa produção, o Brasil é um país que produz e preserva. Os dados da EMBRAPA Territorial, reportam que as áreas de preservação e vegetação nativa representam 66,3% do país. Além disso, em escala nacional são 2.828.589 km2 de áreas dedicadas à preservação da vegetação nativa no meio rural, em sua maioria em terras privadas. Esse total representa 33,2% do território nacional, ou seja, o meio rural preserva um terço do Brasil, o que é considerado um caso único no planeta. Quando olhamos para a produtividade animal, no ano de 1990, tínhamos 1,6 @/ha/ano e olhando para 2021, os dados reportam um salto em produtividade, com 4,1 @/ha/ano. Tudo isso foi alcançado com pesquisa, ciência, transferência de conhecimento ao produtor, uso de tecnologias adequadas e inovadoras, que impactassem de forma positiva a produção animal.
Quando falamos em aumento de produtividade, sempre vem o questionamento dos impactos ambientais na produção de carne, principalmente com relação a emissão de metano pelos animais. O metano (CH4) faz parte do processo natural de fermentação ruminal dos bovinos, sendo expelido através da eructação (arroto). Ele produz um efeito estufa cerca de 50 vezes superior ao gás carbônico (CO2), porém tem ciclo de vida de cerca de 12 anos, o que é considerando muito pequeno em relação aos demais gases que podem ser considerados como permanentes na atmosfera.
É importante ressaltar que o Brasil contribui com a emissão de apenas 3% dos gases de efeito estufa no mundo, mas está comprometido em reduzir as emissões de gás metano em 30% até o ano de 2030. Dessa forma, ao olhar para os dados de produtividade, temos que relacionar a produção de metano dos animais com a quantidade de carcaça produzida, pois dessa forma há uma redução nas emissões em sistemas intensificados.
A sustentabilidade visa a busca pelo equilíbrio entre o suprimento das necessidades humanas e preservação dos recursos naturais, sem comprometer as próximas gerações. Diante disso, os objetivos de Desenvolvimento Sustentável estabelecidos sob a coordenação da Organização das Nações Unidas (ONU), visa garantir, até 2030, um planeta mais próspero e sustentável. A agropecuária está como pauta dessa agenda mundial e o Brasil vai desempenhar um papel central no alcance das metas estabelecidas pelos países membros da ONU.
Nosso papel é continuar contribuindo com a pecuária de forma sustentável, nos apoiando em dados confiáveis, em comprovações científicas de produtos e serviços aliados ao sistema de produção, para que continuemos a avançar com o aumento da produtividade de forma a amenizar os impactos ambientais. Algumas práticas adotadas na pecuária, já contribuem com essa métrica. É importante continuar suportando os pecuaristas, avaliando e medindo de forma confiável estas emissões e também o balanço de carbono no ambiente.
Desejamos que aproveitem este material, que foi preparado com muito cuidado pela nossa equipe Nutron. Que você possa se conectar com informações relevantes, que auxiliem a tomada de decisão na fazenda e contribuam com a melhora em produtividade de forma sustentável na pecuária de corte.