A importância da correção do leite na nutrição de bezerras
O leite é o melhor alimento para as bezerras? Então, por que corrigi-lo? Começo este texto com uma pergunta retórica e reafirmo: sim, o leite é o melhor alimento para as bezerras, mas é possível fazer com que ele seja ainda melhor e consigamos resolver algumas limitações que encontramos nas fazendas.
No início da vida de uma bezerra, seu primeiro alimento será o colostro, fornecido o quanto antes para garantir a transferência da imunidade. Nos próximos três a quatro dias, ela receberá o leite de transição, necessário para fornecer mais nutrientes e adaptá-la para receber o leite padrão das vacas. Até os 30 dias, a bezerra é dependente da dieta líquida, consome pouca ração, e o produtor tem poucas opções de alimentos, para oferecer a ela: o leite do tanque, o leite não vendável (leite de vacas em transição ou em tratamento) ou sucedâneos lácteos.
A maioria dos produtores optam por utilizar o leite do tanque ou o leite não vendável para a alimentação de suas bezerras, mas, em alguns cenários, não conseguem o desempenho que gostariam, devido ao grande número de casos de diarreias, ocasionados por falta de padronização do leite, falhas de manejo ou excesso de alguns nutrientes.
A correção do leite é uma excelente alternativa para melhorar o ganho de peso das bezerras, reduzir casos de diarreias, ter animais mais saudáveis e prontos na hora certa. Nos próximos parágrafos, discutiremos porque o leite corrigido é ainda melhor para as bezerras.
Relação entre a proteína e a energia metabolizável do leite
Pesquisadores avaliaram o efeito da relação entre a proteína e a gordura (energia) do leite no desempenho de bezerras em aleitamento (Hill et al., 2009). Os resultados evidenciaram que, para obter maior ganho de peso, em musculatura e tamanho, não acumulando gordura, as bezerras deveriam receber leite com relação entre proteína bruta (PB) e energia metabolizável (EM) maior que 53 g PB/Mcal EM.
Para facilitar o entendimento, ilustramos a relação entre proteína e EM de um leite padrão. No exemplo, a proteína na matéria seca equivale a 254 g/kg e a EM, a 5,37 Mcal/kg.
Quando dividimos a proteína pela EM, a relação fica em 47,3 g, sendo que o ideal é que seja maior que 53 g, isto é, se a bezerra receber mais proteína, poderá ganhar mais peso. Com isso, fica claro que o limitante para o ganho de peso das bezerras, quando o volume de leite é suficiente, é a proteína, não a energia. Por esse motivo, corrigir e adensar o leite com um produto pensado para essas finalidades é melhor estratégia do que utilizar sucedâneos lácteos que possuem concentração de proteína e gordura semelhantes às do leite.
Variação no volume e sólidos do leite
A variação do volume e dos sólidos do leite não vendável é um desafio para os produtores que o utilizam para o aleitamento das bezerras. O leite de vacas em transição e de vacas com mastite em tratamento, normalmente, apresenta maior concentração de sólidos. Com frequência, esses animais são ordenhados por último e, em algumas situações, o leite acaba sendo misturado com a água da limpeza dos equipamentos, reduzindo muito a concentração de sólidos. A concentração de sólidos pode variar entre 6% e 15%, e o volume disponível depende do número de animais em transição ou em tratamento.
Com o auxílio de um refratômetro óptico, é possível mensurar a concentração de sólidos do leite diariamente, assim é possível adensar e corrigir o leite conforme a necessidade. O objetivo é manter a concentração de sólidos constante todos os dias pois isso reduz casos de diarreia e variação no ganho de peso das bezerras.
Corrigindo e adensando o leite, na prática
A Nutron/Cargill desenvolveu o Nurture Corrector, produto com alta concentração de proteínas, vitaminas e minerais para suprir deficiências do leite, que contém um aditivo com foco em melhorar a imunidade e o desenvolvimento do trato digestivo das bezerras, o Neotec 4. Esse produto foi pensado para corrigir e adensar o leite conforme as necessidades do produtor.
Para adensar e corrigir o leite, acrescenta-se 20 a 30 g de Corrector por litro de leite ou pode ser utilizado um refratômetro para mensurar os sólidos e corrigir o leite, conforme a tabela abaixo.
Entre os benefícios para o produtor, estão a redução nos casos de diarreias, doenças e mortalidade, maior crescimento e ganho de peso. O Corrector ajusta a relação entre proteína e gordura do leite, supre as deficiências em minerais e vitaminas, aumenta os sólidos do leite conforme a necessidade, aumenta o ganho de peso e reduz casos de diarreia.
Com a utilização do produto, observa-se o aumento no ganho de peso das bezerras entre 15% e 30% durante o aleitamento, dependendo da concentração utilizada. Bezerras que ganham mais peso durante o aleitamento, tornam-se vacas mais produtivas.